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Brasil | A agenda política condiciona a recuperação de 2021



Economia

A conjuntura mais recente confirma a expectativa de desempenho mais positivo da economia ao longo do terceiro trimestre. A flexibilização das medidas de isolamento social contribuiu para o ritmo positivo para a economia, a despeito da redução do valor transferido pelo programa emergência de renda. Uma vez mais, indústria e comércio lideram a recuperação. Sob a ótica da atividade, o crescimento do setor de serviços é a principal novidade do cenário, corroborando a visão menos pessimista para 2020. Destaque também para a recuperação do mercado de trabalho no setor formal. É o protagonismo da indústria a principal explicação para a maior formalização do trabalho, em um cenário ainda desafiador para o setor informal. Uma parte do dilema inflacionário é explicado pelo movimento do câmbio. A forte desvalorização do real é consequência das incertezas quanto à questão fiscal. Nesse sentido, os movimentos recentes de valorização da moeda brasileira não refletem os fundamentos da economia brasileira. A desvalorização da moeda e a inflação em alta no setor de alimentos ainda não devem afetar a condução da política monetária.

Política

Os principais problemas fiscais não foram objetos de deliberação pelas lideranças políticas. Assim, o risco continua elevado para o cenário de recuperação econômica em 2021. A principal explicação para esse cenário advém do calendário eleitoral. Grosso modo, o presidente Jair Bolsonaro não está disposto a tratar das reformas dos programas sociais antes do calendário eleitoral. Trata-se de um realismo político diante do constrangimento dos parlamentares em votar medidas que representem mudanças em programas voltados à assistência social juntamente com a eleição. A expectativa é de retomada da discussão entre o primeiro e segundo turno das disputas municipais. De todo modo, as chances de aprovação das medidas fiscais em 2020 são diminutas. A tendência é de atividade legislativa em janeiro para evitar um cenário de risco jurídico para os gastos públicos em 2021. O resultado eleitoral também deve indicar o possível movimento do presidente no tocante à sua coalizão em 2022. As chances de o presidente escolher um partido tradicional e optar por uma mudança na chapa são relevantes.



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