Internacionales

Brasil | Primeiro trimestre, período “perdido” em termos de crescimento



Economia

O tempo não foi suficiente para estancar a magnitude dos efeitos negativos da cena internacional para a economia brasileira. Ao contrário, os canais de transmissão do cenário externo multiplicaram-se e seus efeitos tornaram-se ainda mais graves para a retomada do ciclo econômico. Os efeitos do coronavírus ganharam a companhia do choque de petróleo e dos sinais crescentes de instabilidade política no plano doméstico. O governo segue postergando o envio de medidas importantes da agenda econômica e ainda patina na operação para tratar dos temas prioritários do debate. Em um cenário de incertezas econômicas, a pressão política deve se intensificar, exacerbando as ineficiências na condução da política. Nossa leitura é de que o primeiro trimestre deve ser um período “perdido” em termos de crescimento. O choque de demanda provocado pelo cenário externo pode resultar em nova queda na Selic sem efeitos mais relevantes para o quadro inflacionário. A taxa de câmbio nesse ínterim segue refletindo esse quadro de incerteza, com perspectivas de acomodação em patamares mais depreciados.

Política

A cena política brasileira teve uma significativa inversão de sinal, aos olhos da economia. O cenário de menor tensão política em meio ao recesso parlamentar deu lugar às especulações em torno da permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, bem como do grau de apoio presidencial à política liberal. Além disso, a tensão entre os poderes teve mais um momento de pico por conta das regras orçamentárias. Nossa expectativa é de alguma acomodação desse cenário, expressa no encaminhamento de itens da agenda econômica. De todo modo, o equilíbrio político atual aponta para o enfraquecimento do poder Executivo, diminuindo o peso da equipe econômica no debate reformista.



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